Por Kleber Souza

Depois do presidente da Câmara Municipal de Ribas do Rio Pardo, Paulo da Pax, colocar o aumento de 28% no salário de todos os políticos com cargo no município,  "goela abaixo" da população, o prefeito Paulo Tucura (MDB), tem 15 dias para vetar ou sancionar o projeto de lei e tornar Lei Municipal o aumento.

Ele já disse que renunciaria ao aumento caso seja candidato e ganhe a eleição em 2020, mas os moradores não acreditam que ele vá desagradar os futuros beneficiados pelo aumento no valor dos subsídios pagos pela Prefeitura aos agentes políticos, como secretários municipais, vereadores, vice-prefeito e prefeito.

Depois da aprovação debaixo de vaia, na sessão da última terça-feira à noite, o comentário comum é de que o presidente da Câmara, Paulo da Pax, cometeu suicídio político e assinou sua sentença de morte na política riopardense ao "peitar" a população e colocar o projeto em duas votações durante uma semana.

Uma pressa desnecessária, conforme defendeu na tribuna o vereador Anderson Arry, um dos quatro que votaram contra o projeto. "Vamos discutir melhor, retire de pauta presidente", disse. Mas, o despreparado Paulo da Pax insistiu em "bater a cabeça no muro" e dar uma de "valentão político", prática coronelista jamais praticada nos novos tempos de modernidade que exigem competência e maleabilidade política para tratar de assuntos como o aumento do valor dos salários dos políticos.

Paulo da Pax não será reeleito, é a frase mais ouvida em toda Ribas do Rio Pardo (MS), desde a cidade até a zona rural. O mesmo suicídio pode cometer o prefeito Paulo Tucura, que mudou de partido para ser candidato a reeleição e deverá enfrentar a ira do povo riopardense se realmente for candidato.

Mas, se vetar o aumento, faz uma 'jogada de mestre' porque o veto volta para a Câmara e os vereadores são obrigados a derrubar o veto e promulgar a "Lei do aumento do Paulo da Pax", arcando assim com todo o ônus político da decisão.

Aliás, Paulo da Pax, que assinou o projeto, nega ser o principal responsável pela aprovação do projeto e foi até a emissora de rádio comercial da cidade, para dizer isso. Só não esclarece que, como Presidente da Câmara, cabe somente a ele colocar ou não o projeto na pauta de votação e ele preferiu colocar, "peitando" todo o clamor riopardense contrário.

E ele poderia retirar também, antes da segunda votação e não retirou, apesar de ver a indignação no rosto dos riopardenses, que lotaram a galeria da Câmara. Por isso, assumiu a principal responsabilidade de criação da "Lei do Aumento". Estará numa situação pior ainda se o prefeito vetar. Aí Paulo da Pax terá mesmo que deixar Ribas do Rio Pardo e voltar para Chapadão do Sul, a cidade onde mora, conforme consta no seu Facebook. No face, inclusive, ele não assume que é vereador, aparentando total falta de compromisso com o município onde está e o mandato político que o povo lhe conferiu nas urnas.

"Ele não está nem ai, quer mais é que o povo e o dinheiro público de Ribas vá para o ralo", disse eleitor que pretende cancelar o seu contrato com a Pax de propriedade do vereador Paulo.

Agora, quem está na berlinda é o prefeito e a cidade vivencia nas mídias sociais, uma grande campanha chamada "Veta Tucura", o que seria uma grande obra na sua famigerada administração.

Agora, quem está na berlinda é o prefeito e a cidade vivencia nas mídias sociais, uma grande campanha chamada "Veta Tucura".