Festa com Lula em inauguração de mega fábrica marca fim da última gestão do PT em MS
Data de Publicação: 9 de dezembro de 2024 06:14:00
A festa de inauguração da maior fábrica de celulose em linha única do mundo reuniu as figuras políticas mais importantes do País e de Mato Grosso do Sul, em especial o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o governador Eduardo Riedel (PSDB). O prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo Danieze, acabou ficando em segundo plano naquele que foi o último grande momento da única gestão do PT no Estado.
Em 2020, João Alfredo conquistou a façanha de ser eleito prefeito pelo PSOL ao ganhar do ex-prefeito José Domingues Ramos, o Zé Cabelo (PSDB), uma lenda na política local, por uma diferença de apenas 184 votos, em um dos estados mais bolsonaristas do País.
Para brigar pela reeleição, Danieze se filiou ao Partido dos Trabalhadores para manter o PT no comando da cidade durante o “boom econômico” causado pelo início das atividades da fábrica de celulose da Suzano.
A estratégia nem o apoio de Lula não acabaram sendo suficientes para garantir a vitória nas urnas. João Alfredo acabou derrotado pelo ex-aliado Roberson Luiz Moureira (PSDB), de quem foi vice entre 2009 e 2010, quando o tucano comandou o Paço Municipal.
Roberson foi eleito em outubro com 6.142 votos, contra 4.292 do petista. A derrota acarreta no fim da administração da última prefeitura comandada pelo PT em Mato Grosso do Sul, já que o partido não conseguiu eleger nenhum prefeito em 2024, o que também aconteceu em 2020.
A inauguração da megafábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, na última quinta-feira, 5 de outubro, foi marcada por declarações de Lula e seus ministros Rui Costa (Casa Civil) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) com fortes críticas à rejeição do chamado “mercado” à gestão petista.
Em seu discurso, João Alfredo celebrou que Ribas se tornou “a capital nacional do eucalipto” e que a indústria será “um grande legado para a cidade”.
O empreendimento é resultado de um investimento de R$ 22,2 bilhões, tem capacidade para produzir cerca de 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano, e vai gerar três mil empregos diretos.
A unidade é autossuficiente em energia e gera excedente de 180 megawatts (MW) médios, suficientes para abastecer uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes durante um mês.
Por outro lado, Ribas do Rio Pardo vive o contraste entre novas oportunidades e problemas do desenvolvimento. A instalação da fábrica na pequena cidade fez a população aumentar vertiginosamente em poucos anos, chegando a 23.150 habitantes, segundo o Censo de 2022. O crescimento gerou problemas como mais casos de violência e o aumento do custo de vida, com supervalorização dos aluguéis.
Por Richelieu de Carlo/O Jacaré