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Moradores de Ribas lembram como fábrica “mudou a cara” da cidade

Moradores de Ribas lembram como fábrica “mudou a cara” da cidade

Data de Publicação: 5 de dezembro de 2024 09:08:00 Produção iniciou em julho, mas empreendimento será inaugurado hoje com presença de Lula

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Morador antigo, Fabiano relembra o que a fábrica trouxe de impactos positivos e negativos
Juner diz ter comemorado 

Por Maristela Brunetto e Fernanda Palheta do Campo Grande News 

Uma pequena cidade, a 101 quilômetros de Campo Grande, antes voltada à pecuária e cultivo de eucalipto, Ribas do Rio Pardo viu uma disparada no crescimento depois que a gigante da celulose Suzano anunciou a instalação de uma fábrica a poucos quilômetros do perímetro urbano, na margem da BR-262. Esta manhã, haverá solenidade para comemorar a ativação da unidade, que ocorreu em julho. A reportagem chegou logo cedo à cidade, que já despertava, com muitos trabalhadores embarcando em ônibus para seguir ao trabalho na fábrica ou florestas de eucalipto.

A instalação de uma fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, a 101 km de Campo Grande, causou um crescimento explosivo na cidade, antes focada em pecuária e eucalipto. A chegada da gigante da celulose trouxe empregos e investimentos em infraestrutura, mas também elevou o custo de vida, principalmente no setor imobiliário. Moradores relatam um aumento significativo da população, com muitos vindos de outras cidades em busca de oportunidades, resultando em uma transformação significativa no perfil da cidade, que passou por um período de "dores do crescimento". A inauguração oficial da fábrica ocorrerá hoje, com a presença de autoridades e show de Chitãozinho e Xororó.

Muitos chegaram com o “boom” causado pelo empreendimento. Mas quem já era morador consegue “desenhar” uma Ribas antes e depois do anúncio da fábrica.  

Fabiano Juner, de 45 anos, comerciante, dono de uma farmácia e morador local desde a infância, ele consegue analisar bem o impacto que a cidade sofreu, com aumento intenso do fluxo de pessoas e novos empreendimentos. A mudança começou com o mero anúncio da fábrica, atraindo investidores e trabalhadores. No auge, Ribas tinha 13 mil pessoas envolvidas com a construção da unidade. Aos finais de semana, a avenida central ficava lotada de pessoas.

Juner diz ter comemorado o movimento, que incrementou a economia local. Hoje, com o início da operação, são cerca de 3 mil pessoas trabalhando na produção da celulose, seja na fábrica ou atividade florestal da Suzano. O morador acredita que ainda haverá outros fluxos de crescimento com novas atividade produtivas escolhendo Ribas.

Hugo Ferreira, de 26 anos, subgerente de um mercado em Ribas, veio de Três Lagoas há vinte anos. Ele considera que surgiram muitas oportunidades de trabalho e transformação do perfil da cidade. Edson Leandro Cáceres Duarte, de 20 anos, auxiliar de usinagem, deixou a fronteira, em Bela Vista, há 15 anos e se fixou em Ribas. Ele também citou a oferta de emprego e também de trabalho com mais qualificação técnica, o que abriu oportunidade especialmente para os mais jovens.

 

 

Infraestrutura – Todos os moradores apontaram que a cidade ganhou mais infraestrutura com a chegada do empreendimento e o aumento da população. Eles destacaram o asfaltamento de ruas e melhoria dos serviços de saúde. A própria Suzano firmou parceria com o poder público e investiu em uma série de ações, na saúde, segurança e educação. Um bairro está sendo finalizado para abrigar famílias dos empregados.

O lado negativo do crescimento da cidade foi o encarecimento do custo de vida, citam os moradores. Tanto no consumo como na moradia, setor destacado por todos, com o aumento expressivo do valor do aluguel.

A nova mão-de-obra- Muitos dos que se fixaram em Ribas para trabalhar na fábrica já atuavam no setor da celulose na região leste, que já contava com uma fábrica da Suzano e a Eldorado, em Três Lagoas. O entorno tornou-se grandes florestas de eucalipto para fornecer a matéria priva.

Idelmo de Oliveira Siebra, de 48 anos, é campo-grandense. Trabalhava como mototaxista na Capital e hoje atua como mecânico da área florestal, na colheita de eucalipto. Mudou-se há 4 anos, mas já atuava no setor. Ele contou que mudou de área porque viu mais oportunidades de crescimento profissional e qualidade de vida para si mesmo e a família. Também apontou a melhoria na estrutura da cidade e a elevação do custo de vida, mencionadas pelos moradores antigos.

Tiago Alves, de 34 anos, também mecânico na colheita para a Suzano, saiu de Paranaíba há dois anos e ingressou no setor com a expansão do setor na região. Destacou as novas oportunidades, especialmente para os jovens. Antes atuou em Água Clara também no setor celulose.

Todo o lado leste do Estado tem sentido o impacto da expansão da produção da celulose. Nos próximos anos, o Estado deve chegar a seis fábricas, com unidades ainda previstas para Inocência (Arauco) e Água Clara (Bracell). Todas as cidades da região sentem grande impacto com a produção de eucalipto para atender até fábricas do interior de São Paulo, incluindo cidades do Bolsão e atá Coxim e Camapuã.

A Suzano informou, recentemente, que a prioridade dela é, aos poucos, concentram toda sua produção de florestas em áreas próximas à fábrica.

A inauguração solene da unidade está prevista para às 9h, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Eduardo Riedel. A fábrica começou a operar em julho, sem celebração, a partir de período de testes até alcançar a plena capacidade. O ato solene ficou para hoje para conciliar com a agenda dos convidados.

À noite, haverá show gratuito com Chitãozinho e Xororó na cidade.

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