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Gabriel Ramos de Souza, talento revelado pelo Instituo Moinho Cultural, passará 6 meses no RJ

Gabriel Ramos de Souza, talento revelado pelo Instituo Moinho Cultural, passará 6 meses no RJ

Data de Publicação: 28 de agosto de 2023 19:57:00 A apresentação, pela série de concertos "Terra", sob a regência do maestro Stefan Geiger, é apenas uma das várias experiências que Gabriel

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O violinista de Ribas do Rio Pardo começou sua carreira aos 5 anos.

 

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro é um dos palcos mais importantes do País e, para quem toca música erudita, pode ser visto como o ponto alto da carreira. Pois foi lá que um jovem violinista nascido em Ribas do Rio Pardo se apresentou no fim de semana, como parte do elenco de instrumentistas da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB).

A apresentação, pela série de concertos “Terra”, sob a regência do maestro Stefan Geiger, é apenas uma das várias experiências que Gabriel Ramos Pereira de Souza, do município sul-mato-grossense localizado a 100 km de Campo Grande, terá ao lado da orquestra carioca nos próximos meses.

Ele e mais dois artistas promissores, que, após uma rigorosa seleção, vão cumprir a intensa jornada imersiva.

A Orquestra Sinfônica Brasileira recebeu, na semana passada, três jovens músicos oriundos do programa Vale Música, iniciativa de estímulo à inclusão social pela arte do Instituto Cultural Vale. Eles foram escolhidos em um processo seletivo entre 27 candidatos, para mais uma edição da Residência Vale Música.

Além de Gabriel, que está com 20 anos de idade, o tubista Paulo Sérgio Fonseca, de 30 anos, e o trompista Ezequiel da Rocha, de 24 anos, ambos do Pará, terão a oportunidade de viver a rotina da OSB durante os próximos seis meses. Eles vão conviver, fazer aulas, participar dos ensaios e tocar com uma das maiores orquestras do País, fundada em 1940.

“Eu pensava que a música seria um hobby na minha vida, mas hoje vejo como o meu futuro profissional”, afirma Gabriel Ramos.

O violinista de Ribas do Rio Pardo começou sua carreira aos 5 anos. Nascido em família de artistas, ele sempre teve contato com a arte e toca violino desde muito pequeno.

Aos 17 anos, quando decidiu morar em Corumbá para fazer um curso técnico em TI, conheceu o Instituto Moinho Cultural e sua vida mudou. “Lá eu cresci muito musicalmente. Terminei o curso de TI, mas foi na música que me encontrei”, conta o instrumentista.

EXTREMO TALENTO

Os três músicos foram escolhidos após um rigoroso processo seletivo, que durou cerca de três meses e que incluiu diversas fases: inscrição, seleção, vídeos e seleção presencial.

Puderam se candidatar instrumentistas participantes de orquestras dos polos atendidos pelo Conexões Musicais – projeto de democratização do acesso à música de concerto, realizado pela Fundação OSB desde 2017 e que já promoveu atividades educacionais e culturais em cerca de 30 municípios brasileiros.

A Residência Vale Música começou em 2022, e a Orquestra Sinfônica Brasileira pretende repetir anualmente a ação, gerando oportunidades para jovens instrumentistas.

“É um misto de privilégio e responsabilidade para a OSB receber músicos de extremo talento. A Residência Vale Música já se consolidou como programa educacional capaz de proporcionar desenvolvimento musical, social e humano a cada participante. Entre aulas, workshops, ensaios e concertos, criamos um verdadeiro ecossistema de aprendizado e muita troca, propiciando o amadurecimento necessário para que cada músico alcance seu sonho de maneira sustentável”, comenta Elber Ramos, coordenador educacional da OSB.

OPORTUNIDADE ÚNICA

Paulo Sérgio e Ezequiel são oriundos do programa Vale Música Belém, no Pará. Paulo Sérgio Fonseca optou pela tuba aos 14 anos. Ao longo de sua carreira, pensou em desistir algumas vezes, principalmente pela dificuldade de encontrar ensino adequado em Belém, pois a tuba é um instrumento raro, com poucas vagas em orquestras, e não tão popular quanto os demais.

O artista, que também é educador e que há três anos atua em um centro de ensino de música para pessoas com deficiência, pensava em abandonar o sonho de viver de música quando surgiu a oportunidade da residência.

“Espero absorver o máximo de conhecimentos nesse novo ambiente profissional e será uma experiência única, tanto pessoal quanto para a minha carreira”, revela o jovem, que possui licenciatura em Música e atualmente finaliza uma pós-graduação em Musicoterapia.

Quem também está ansioso é Ezequiel da Rocha, que conheceu a trompa ainda criança. O musicista, que também estudou no Instituto Baccarelli, em São Paulo, conta que já sofreu preconceito de amigos e familiares quando dizia que queria ser músico.

“Em Belém, nós não temos tanto acesso a professores, cursos, orquestras, então, parece realmente uma loucura quando você diz que pretende viver de música. A residência vai ser uma experiência única”, diz o jovem, que também estuda Fisioterapia.

GRANDE CONCERTO

A residência de longa duração seguirá até o fim do ano, quando os alunos se apresentarão em um grande concerto de encerramento, ao lado da OSB, previsto para acontecer em dezembro.

A Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do País.

Em seus 82 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de 5 mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.

Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.

Para viabilizar suas atividades, a Fundação OSB conta com recursos públicos, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, tendo o Instituto Cultural Vale como mantenedor, além de outros patrocinadores e apoiadores culturais e institucionais.

Do Correio do Estado 

 

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