POR KLEBER SOUZA/RIOPARDONEWS

Moradores em situação de vulnerabilidade e sem teto da região do bairro São Joaquim, vivem um pesadelo real desde que o prefeito João Alfredo Danieze (PSOL) expulsou cerca de 30 famílias que ocupavam área pública da Prefeitura de Ribas do Rio Pardo (MS).

A última ofensiva contra as famílias vulneráveis ocorreu na sexta-feira, dia 18 de março, véspera do aniversário da cidade. Antes, em 7 de outubro de 2021, o prefeito do PSOL agiu na surdina para derrubar um barraco em construção no bairro Santo André, clique aqui e relembre.

Agora, com o uso de uma máquina retroescavadeira, escoltada por duas viaturas e policiais militares, a Gestão João Alfredo fez valetas colocou montes de terra na área, para dificultar a construção dos barracos. Dezenas de moradores acompanharam pacificamente a ação.

A Rádio 90FM esteve no local e reportou a situação em transmissão ao vivo no Facebook, veja: MORADORES PROTESTAM CONTRA DESOCUPAÇÃO DE ÁREA DA PREFEITURA

“O responsável do terreno é o prefeito, lógico, mas ele não vai querer conversar com nós, ele (prefeito) passou aqui e nem deu atenção pra nós, chamou a polícia inclusive”, disse um morador que classificou o monte de terra da Prefeitura como sendo ‘uma barreira de mato’.

O vereador Nego da Borracharia (PSD) foi o único político que deu a cara a tapa e esteve no local para tentar mediar o conflito. “Como sempre o prefeito foi contra os pobres, acionou a Polícia, veio a máquina e já tampou tudo, fez uma valeta aqui, infelizmente essa é a Ribas que nós moramos hoje, dois pesos e duas medidas”, pontuou.

TRAGÉDIA ANUNCIADA!

Quis o destino que, menos de 48 horas (20 de março), o principal nome do PSOL no Brasil, Guilherme Boulos, iniciasse nas redes sociais, campanha ferrenha contra o que ele descreve como ‘tragédia anunciada’: o risco de despejo de meio milhão de brasileiros que não tem onde morar.

“Ministros do Supremo, ponham a mão no coração, ponham a mão na consciência. E tenham sensibilidade”, suplicou Boulos ao pedir que o STF mantenha a decisão que suspendeu por 6 meses a desocupação de áreas coletivas.

Segundo Boulos, são mais de 180 mil famílias em situação irregulares em todo país. “O problema é que essa suspensão se encerra no dia 31 de março. Se a ADPF não é renovada, nós vamos ter uma tragédia anunciada, uma escalada de despejos”, alertou o psolista, na contramão do que pensa o correligionário João Alfredo. Clique aqui e veja.

EM PROTESTO PACÍFICO, MORADORES PEDEM PRESENÇA DO PREFEITO

Insatisfeitos com a truculência do prefeito do Psol, moradores organizaram manifesto pacífico na manhã desta segunda-feira, dia 21, para protestarem e pedirem moradia.

“Nós não queremos invadir nada de ninguém, não queremos pegar nada de ninguém, estamos atrás do prefeito, chamamos a reportagem aqui, não veio ninguém até agora, só queremos que venham aqui escutar nós”, disse uma moradora em vídeo divulgado no Facebook, veja:

A moradora afirmou que os barracos serão montados no local. “Vamos montar o barraco aqui sim. Nós só sai daqui dentro de uma casa. Se não tiver uma casa pra nós entrar, nós não vai sair de dentro do barraco, pode vir até o capeta. Não somos dono da Suzano. Agora nós que é morador de Ribas não tem direito a uma casa. Olha o preço do aluguel, quem consegue pagar? Nós não vamos sair daqui”, desabafou.

Mantendo a arrogância e a incoerência absurda, o prefeito ‘rasga’ uma das principais bandeiras do seu partido, que é justamente a militância e a luta por moradia digna para os pobres, exatamente o caso dessas famílias rio-pardenses que agora conviverem com o medo da ‘gestão de moer gente’ que usa máquinas e reforço policial para tratorar e passar por cima dos menos favorecidos.

A reportagem encaminhou a situação ao Diretório Estadual e Nacional do PSOL.

VEJA A MÁQUINA DA PREFEITURA 'TRATORANDO' O POVO: