DA REDAÇÃO/RIOPARDONEWS

Enquanto Ribas do Rio Pardo (MS) segue tomada pelo mato, ruas do centro e da periferia sujas, sem iluminação e tomadas por buracos, estradas da zona rural intransitáveis, escolas em ruínas, unidades de saúde à mingua e, com o prefeito sendo investigado pela terceira vez por graves denúncias de corrupção, a Câmara Municipal trabalha para aprovar um projeto de lei que pode trazer ressuscitar ‘A Farra Das Diárias’.

Pelo menos nove dos onze vereadores, parecem não entender que a cidade vive um dos piores momentos político-administrativo de sua história e a população padece de projetos e ações que melhorem o dia-a-dia.

Ao proporem nesta terça-feira, dia 15 de março, o Projeto de Lei Nº 2, de 8 de março de 2022, os vereadores parecem ignorar o fato de que, o eleitor já não aguenta mais o escárnio e a falta de respeito com o dinheiro público.

Isso por que, a referida lei, recheadas de ‘fintas’ e cortina de fumaça, com ares de ‘alteração’ na verdade revoga de forma criminosa a Lei 1.190 de 7 de abril de 2021 que, preza pela transparência no uso das diárias no Legislativo e obriga prestação de contas detalhada.

Se não bastasse, o documento que vai a sua primeira discussão e votação hoje a noite (15), quer aumento no valor unitário das diárias que já são de valores exorbitantes, conforme mostrou o Fantástico em janeiro de 2015. Clique e relembre! 

De acordo com o projeto da nova lei, um vereador passaria a ganhar em um único dia, R$ 425,90 para fazer um ‘bate e volta’ na capital, ou então, R$ 608,43 para ir ali em Três Lagoas (MS).

O mais absurdo, surreal e gritante, é o valor proposto para as viagens fora do Estado, aquelas que envergonharam Ribas do Rio Pardo em rede nacional: R$ 1.216,85. O montante é superior ao salário mínimo do trabalhador brasileiro.

Ou seja, apenas um vereador, viajando ao interior paulista por cinco dias, poderá faturar, caso aprovado, mais de R$ 6 mil em um único mês. Somado ou seu salário fixo de R$ 7.300,00 , esse único vereador poderá quase dobrar seu rendimento com a ‘complementação especial’ e custar cerca de R$ 15 mil por mês ao cofres públicos do município.

QUEM PROPÔS A LEI?

O escrachado projeto de lei que dificulta a transparência no uso das diárias, desobriga a prestação de contas detalhadas e aumenta para até R$ 1.216,85 uma única diária é assinado pelos vereadores: Paulo da Pax (MDB), Luiz do Sindicato (MDB), Edervânia Malta (MDB), Pastor Isac (PTB), Missionária Rose (Psol), Anderson Arry (PSDB), Cascãozinho (PSC), Christoffer Jamesson (PSC) e Nego da Borracharia (PSD).

Não assinaram: Tiago do Zico (PSDB) e Tânia Ferreira (SDD).