Prefeito do PSOL usou máquina para tentar derrubar barraco de família pobre em Ribas do Rio Pardo
Data de Publicação: 1 de outubro de 2021 18:29:00
DA REDAÇÃO
Fazendo jus à fama de que não gosta dos menos favorecidos e mais pobres, a Gestão do prefeito João Alfredo Danieze (PSOL), utilizou máquina retroescavadeira e um caminhão caçamba para tentar destruir um barraco que está sendo construído em área irregular, no bairro Santo André, periferia de Ribas do Rio Pardo (MS).
A ofensiva agressiva e truculenta contra a família carente composta por um casal e três crianças pequenas, teria sido liderada por fiscais da Secretaria de Obras e ocorreu na tarde desta quinta-feira, 30 de setembro de 2021.
A reportagem do Rio Pardo News foi acionada pelos moradores e esteve no local. Constatamos que a decisão de retirar a construção irregular do local, estava eivada de outros erros absurdos.
Vindo da administração pública que deve zelar pela legalidade, a ação de retirada do barrado praticada pela Gestão João Alfredo pode ser classificada como surreal e inacreditável. Tudo feito de maneira arbitrária, ilícita e sem planejado. E o mais grave, sem a devida ordem judicial.
“Galera a Prefeitura veio derrubar minha casa, mas só vão derrubar se me levar presa por que normal ninguém vai derrubar aqui não, depois que eu já investi tudo que eu tinha, ninguém vai levar...”, diz Jéssica, a dona do barraco em tom de desespero, ao ver a máquina e o caminhão.
Vizinhos se comoveram e saíram em defesa da mãe de três filhos. “É triste ver uma situação dessa. Queriam jogar no chão o sonho dela ter uma casinha, graças a Deus a Polícia apareceu e não deixou”, conta uma vizinha.
Jessica explica que não tempo pra onde ir com seu esposo e seus três filhos e que está morando de favor na casa de amigos. “Eu tô numa casa até terminar isso aqui. Aí agora eles vai derrubar e eu vou pra onde? E as minhas filhas, vai pra rua?”, questiona durante a gravação de um dos vídeos.
“Eles têm que ter um mandado judicial pra vim derrubar e eles vieram sem. A gente acionou a Polícia e eles foram obrigados a sair do terreno, vieram sim pra derrubar, aqui nós é pobre mas nós não é burro não, juntaram os trapos deles e saíram jogados daqui ó... Por que eles não podiam derrubar, minha casa tá no mesmo lugar, ele foram embora, vieram aqui e iam derrubar” desabafa Jéssica, responsável pela construção do barraco
E os absurdos praticados durante a tentativa frustrada de demolição não param por aí. Por mais que se trate de invasão de área pública, desde o início da pandemia a Justiça proibiu a desocupação de área invadida, seja pública ou privada. A Justiça entende que, diante do estado de calamidade, não se pode cogitar de lançar ainda mais miseráveis à rua.
A arrogância com que a ação ocorreu, possivelmente ordenada pelo prefeito do PSOL, chocou a vizinhança. “Nem cachorro é tratado assim. Quanta falta de empatia. Como é difícil se colocar no lugar do outro”, comentou Luzia, que acompanhava tudo do portão de sua casa.
“A Polícia nos salvou, graças a Deus impediram que a Prefeitura derrubasse”, contou a dona do barraco, aliviada.
COMO O PSOL MS VÊ A AÇÃO DO PREFEITO?
No Brasil, uma das principais bandeiras de lutas do PSOL é justamente a moradia popular e os direitos sociais. Diante da postura incoerente da Gestão João Alfredo, procuramos a nova presidente do partido em Mato Grosso do Sul, Cris Duarte.
Ela prestou solidariedade a família e lamentou o fato do prefeito carregar o nome do partido. “É lamentável o que a gente tá vendo aí com essa notícia e com outras que a gente acaba recebendo. A gente já tem reunido essas informações para encaminhar inclusive para a direção nacional do partido, e a gente se solidariza com essas pessoas que, de certa forma, foram violentadas e agredidas pelo poder público”, pontuou.
“Eu não acredito que aconteceu isso. Ao invés de construir casas populares ele quer passar por cima dos barracos e das pessoas? É muita crueldade para uma só pessoa. Será que ninguém vai frear esse prefeito?”, um morador do bairro.
O QUE DIZ A GESTÃO JOÃO ALFREDO?
Procurada pela reportagem a Gestão João Alfredo disse, através da Assessoria que "...Foi feita uma abordagem para orientação de que a construção, que estava em processo de início é irregular e que poderia obstruir o acesso de veículos e máquinas no local. O caminhão acompanhou para, em caso mútuo de acordo, fazer a retirada da estrutura, o que não houve. Não houve despejo ou retirada, por parte da gestão".
A Assessoria não comentou a presença da Polícia Militar no local.
ASSISTA AOS VÍDEOS GRAVADOS PELA MORADORA: