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Na Câmara, João Alfredo chora e diz que não há tempo para lamentar o passado

Na Câmara, João Alfredo chora e diz que não há tempo para lamentar o passado

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“Nesta abertura dos trabalhos legislativos, não se pode mensurar a dimensão dos desafios que compartilharemos nos próximos anos. Pois além, dos naturais efeitos de poderes do município, assumimos em oportunidade extraordinariamente singular, singularidade decorrente de espantosos desgovernos do passado, dos dolorosos efeitos dessa pandemia, bem como da surpreendente perspectiva de promissor futuro para Ribas do Rio Pardo”, foram as palavras iniciais do prefeito João Alfredo Danieze (PSOL), durante a abertura dos trabalhos legislativos nesta terça (16), na Câmara.  

Lendo todo o tempo, João Alfredo listou o que ele classificou como ‘absurdos do passado’. “Patrimônio público sucateado, acervo documental desorganizado, órgão de funcionamento vital sem computadores ou com alguns computadores estranhamente apagados, imprecisão sobre dados contábeis e tributários, absoluta falta de controle da jornada de trabalho, descontrole da execução de contratos da iniciativa privada, violação da lei de responsabilidade fiscal, transgressão do pacto federativo de enfrentamento ao covid-19”.

Danieze continuou afirmando que não há tempo para lamentar o passado, e encerrou a primeira parte do discurso citando o escritor alemão Johann Goethe. “A maior necessidade de um Estado é a de governantes corajosos”.

Na sequência, destacou o que para ele já são os primeiros resultados da gestão. Insistindo na comparação absurda com a folha de pagamento de outubro de 2020, com a de janeiro de 2021, completamente diferentes pelos períodos sazonais, falou na economia de quase R$ 700 mil.

Na comparação fidedigna, feita pelo Rio Pardo News, o valor é de apenas R$ 80 mil.

Destacou o pagamento da folha de pagamento antes da data prevista. Fato antes criticado pelo próprio advogado João Alfredo que, classificava como mera obrigação, honrar os salários dos servidores.

Pedindo urgência, apresentou três projetos de leis para apreciação dos vereadores. “Um de natureza tributária e dois de reorganização patrimonial”.

A FÁBRICA VEM AÍ! 

No auge do discurso, falou de uma ‘notícia que pouca gente sabe’ e garantiu o início das obras da fábrica de celulose já no mês de março.

“A grande mensagem que trago aqui é da Suzano Papel e Celulose. Cabe ao mundo somente uma fábrica de celulose por ano, já que se controla a oferta e a demanda, e essa da Suzano em Ribas já tem data para inaugurar: 2024. Será a maior do mundo, com capacidade para gerar 2,3 milhões de toneladas de celulose por ano, com faturamento anual de mais de R$4 bilhões. Ao longo desses quase 50 dias da nossa gestão temos mantido contato frequente com os diretores da empresa. Estamos trabalhando para preparar a cidade para recebe-la. É um investimento de R$14 bilhões, que vai gerar oito mil empregos no auge da construção e 3.398 diretos e indiretos quando passar a funcionar. Essa também tem sido nossa grande preocupação: gerar empregos. Temos a informação de que em março já inicia a terraplanagem”, disse o prefeito.

Caminhando para o fim do discurso, criticou a burocracia e classificando-a como ‘burrocracia’, disse que a demora das licitações é um dos entraves de sua gestão. Listou as licitações pendentes, entre elas, os remédios que estão em falta na farmácia e no hospital.

Embora a inoperância durante a transição pode ser a maior culpada, o prefeito fez vista grossa e confirmou o que o seu staff já sabe: “Tudo passa por mim”.

João Alfredo encerrou se mostrando uma pessoa diferente da que está a frente do executivo desde 1º de janeiro. Como se não fosse centralizador, inflexível e impiedoso com os servidores, pediu ajuda. “Eu estou com o gabinete de portas abertas, para receber e saber onde está o problema. Eu quero essa ajuda. Eu preciso desta ajuda. Por que eu não consigo ali dentro do meu gabinete, visualizar onde está o problema que pode ser facilmente detectado”.

Incrédulos com a fala humilde de João Alfredo, populares murmuram no auditório.

CHOROU NOVAMENTE...

O advogado que nunca chorava, aprendeu a chorar. Chorou praticamente durante toda a campanha. Chorou na posse, chorou algumas vezes em seu gabinete e chorou novamente ontem (16), na tribuna da Câmara.  

“É como se o dinheiro fosse meu. E eu quero ser penalizado se eu fizer alguma coisa errada. Posso cometer pequenos erros, pequenos deslizes, mas desvios de recurso público jamais”, disse com a voz embargada e visivelmente emocionado.

“Tem muita coisa boa por aí, e vocês serão nossos parceiros nessa empreitada de fazer com que Ribas seja aquela cidade que nós sempre idealizamos, e aquela cidade que nós temos orgulho de dizer: eu moro em Ribas do Rio Pardo. Muito obrigado a todos”, finalizou.

Por Kleber Souza em 17 de Fevereiro de 2021 - Fotos: Assessoria Câmara

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