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Fuzileiro Naval e maestro que esteve em Ribas, morre na capital e deixa legado edificante

Fuzileiro Naval e maestro que esteve em Ribas, morre na capital e deixa legado edificante

Data de Publicação: 5 de dezembro de 2023 10:36:00 Ele deu a volta ao mundo a bordo de um dos navios da Marinha brasileira

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 Osório esteve em Ribas do Rio Pardo, em visita na pedreira do empresário Dito, durante preparação de um de seus empreendimentos industriais.

Por Ademar Cardoso

O Fuzileiro Naval Osório Xavier, que serviu no 6º Distrito Naval, em Corumbá, faleceu nesta segunda-feira, em Campo Grande, a Capital de Mato Grosso do Sul. Ele foi maestro da Banda Musical da Marinha do Brasil e fundador da Banda de Música Municipal da Prefeitura de Corumbá, além de ter implantado o Clube de Lazer Lago Azul e ter criado uma cooperativa que beneficiou mais de mil famílias no município. 

Em setembro de 2019, ele esteve em Ribas do Rio Pardo, em visita na pedreira do empresário Expedito Esmeraldo, o Dito, durante preparação de um de seus empreendimentos industriais.

Osório Xavier foi casado com D. Gonçalina Alves Xavier (in memorian), uma das integrantes da família que criou e realiza anualmente a tradicional Festa do Morro de Santa Cruz, em Corumbá, há 153 anos. Ele é pai de 7 filhos (6 mulheres e 1 homem) e faleceu após comemorar, recentemente, seus 94 anos de idade no dia 23 de novembro deste ano.

“Seo” Osório sempre foi empreendedor. Conta a história, que começou a trabalhar quando tinha apenas 03 (três) anos de idade. “O pai dele pedia a ele para montar nos cavalos e fazer a demonstração da destreza e beleza do animal para os compradores interessados; então era o menino demonstrador que ajudava o pai nos negócios, apesar da pouca idade”, relata o amigo pessoal, Ademar Cardoso.

Sempre levou a vida à custa de muito trabalho para manter a responsabilidade de ser o provedor na sua família. Saiu da Bahia para entrar na Marinha do Brasil e ficou pouco tempo no Rio de Janeiro, pois logo foi destacado para servir em Corumbá, onde atuou a maior parte de seus 30 anos na Marinha. 

Ele deu a volta ao mundo a bordo de um dos navios da Marinha brasileira, adquiriu muitas experiências internacionais e sempre desejou implantar na cidade de Corumbá. Não possui uma sequer, alteração negativa em sua ficha como integrante da Marinha do Brasil. Foi um homem de muitas histórias edificantes para seus semelhantes. 

Um dia lhe foi perguntado qual seria sua diversão, lazer ou hobby?. A resposta foi incontinenti: “o trabalho, sempre gostei de trabalhar”. Além de suas virtudes de caráter e personalidade, uma característica sempre sobressaiu: o empreendedorismo. 

Quando criança, fazia negócios. Cresceu com pequenos empreendimentos. Quando adulto, não parou. Tinha que entrar de serviço na Marinha, às 8h, mas, antes, acordava às quatro da manhã e ía para as fazendas tirar leite e comercializar na cidade. Isso, além de outras iniciativas econômico-sociais. 

Foi empreendedor, ao criar uma Cooperativa em Corumbá, que adquiria produtos diversos em Campo Grande, para repassar a menor preço para os cooperados na cidade branca. Conseguiu beneficiar mais de mil famílias.

Osório Xavier não conseguia “parar quieto”. Pesquisou pessoas que pudessem ajudá-lo a criar um clube social de lazer, em Corumbá. Encontrou apoio no interior de São Paulo e, com sua confiabilidade junto a população, comercializou títulos. Assim nasceu, o Clube Lago Azul.

Outro empreendimento social importante da cidade pantaneira, que nasceu pelas mãos e boa vontade do “Comandante” Osório, foi a Banda Municipal de Música da Prefeitura. Ele sempre foi maestro e dedicou seus conhecimentos profissionais sobre Música, abnegadamente, em favor da existência da Banda.

Só em 2015, já com 86 anos, decidiu ser empreendedor em grande escala, na área industrial, para benefício próprio, ao contrário do que sempre fez antes. Nasceu o sonho de implantar uma indústria mineradora para explorar o sub-solo em uma de suas propriedades: o sítio Boa Esperança, localizado à margem da BR-262, na entrada de Corumbá, altura do km 777, na base do Morro do Jacadigo. 

Sua intenção, era produzir calcário e pedra brita, um produto escasso em Corumbá e sempre importado quando se trata de grande necessidade. Teve dificuldade de ter êxito, devido ao excesso de burocracia e o lento compasso do poder estatal. 

Outro de seus empreendimentos, era a construção de um conjunto habitacional no Jardim São Domingos, uma área onde a família Xavier possui cerca de 250 lotes, 180 deles já com matriculas individuais registradas em Cartório. 

Seu último empreendimento, foi a criação e implantação de usinas de energia solar, para atendimento de milhares de consumidores em Mato Grosso do Sul. A distribuição seria feita através de Cooperativa conveniada com a Energisa. “A energia solar chegaria através dos cabos da empresa, sem necessidade de instalação das placas fotovoltaicas nos prédios residenciais, comerciais e industriais”, explica Cardoso.

Quem conversava com “Seo” Osório, logo via sua vitalidade e inteligência, apesar da idade cronológica. Sempre muito forte, dificilmente reclamava disto ou daquilo. Sua filosofia era superar as adversidades e continuar a vida. 

E foi sem reclamar, que ele partiu. “Conversei com ele ontem (03/12) e ele sempre falando de negócios. Depois, foi dormir naturalmente. Mas, estava com quadro de pneumonia e amanheceu sem vida”, explica sua filha Sônia Vachianno.

Serviço

O Velório de Osório Xavier começou às 16h desta segunda-feira, 04/12, na Av. Ernesto Geisel, 3.887, em frente ao Horto Florestal, em Campo Grande/MS. O sepultamento será às 9h do dia 05/12, no Cemitério Park Monte Das Oliveiras, na Av. Guaicurus, 7.000, próximo ao Museu José Antônio Pereira.

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