Sem jeito...

Sou candidato, disse o sujeito,
Ajude-me a tornar prefeito,
Sem reflexão, respondi: - aceito,
Estou pronto para o eito.

Não apoio político com defeito,
Por isso, os concorrentes rejeito,
Sempre foi o meu conceito,
Não votar em alguém suspeito.

Como administrador, não possui defeito,
Um representante perfeito,
Em outubro, assim foi feito,
Na urna exerci o meu direito.

Adesivo grudado no meu peito,
O amigo venceu o pleito,
O resultado me deixou satisfeito,
Feliz o povo também com o eleito.

Sem pensar ou imaginar na causa-efeito,
Entretanto, com todo o respeito,
Acreditando que estava tirando proveito,
Nada mais me trouxe, senão despeito.

Agora me sinto totalmente insatisfeito,
Um cidadão envergonhado, sem jeito,
Consciência pesada quando me deito,
Reclamei a um amigo que me falou: - bem feito.

Sem poder voltar atrás e fazer direito,
Sinto que o ar ficou rarefeito,
A cidade doente, como se estivesse em um leito,
Pior, ainda tememos que o governante seja reeleito.

Nesta simples, que parece uma poesia de rimas emparelhadas escrita por um iniciante, quis narrar e reproduzir fielmente os sentimentos de uma conversa com um amigo sobre a decisão do seu voto em uma eleição.
Talvez seja também o sentimento natural de muitas outras pessoas.

Ribas do Rio Pardo/MS, 3 de junho de 2023.

Por Adriano Aparecido Nogueira