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IPÊ-ROSA RIO-PARDENSE

Data de Publicação: 20 de junho de 2022 14:19:00

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IPÊ-ROSA RIO-PARDENSE 

(Por Adriano Nogueira) 

Sempre ouvi dizer que o ipê-rosa é o primeiro a florescer. Geralmente acontece no inverno, precisamente, nos meses de junho e julho. Aqui, em Ribas do Rio Pardo, temos uma peculiaridade demonstrada pela natureza.

 

 

Se pudéssemos olhar de cima, numa visão privilegiada, como a de um drone, ou, quem sabe, através dos olhos de uma águia, iríamos perceber, nitidamente, vários pontos de cores rosa embelezando a paisagem.

 

Essa contemplação pode ser deslumbrada aqui de baixo também. Podemos apreciar várias árvores de ipê-rosa – ou há quem diga que é ipê-roxo – vestidas de um lindo traje de flores com tonalidades variadas da cor rosa.

 

Quem os plantou tinha o “dedo verde”. Palmas para as mãos que arquitetou tal feito, que anos após anos, nos permite essa visão, enche de encanto nossos olhos, além de ficar registrados em lentes fotográficas, e sem dúvida nenhuma, fazer-se-á, parte de um arquivo pessoal.

 

 

Em frente à Escola Eduardo Batista Amorim (EBA), a natureza desenhou uma obra-prima, uma imagem fantástica, onde mistura as cores verde e rosa. Lembrei da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira que dizia em seu samba-enredo de 1994, música de Caetano Veloso: "atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu".

Foto de Vagner dos Santos (Facebook).

 

Um jovem apaixonado declara para a sua amada nesse dia 12 de junho, que um buquê de rosas seria pequeno e muito simples, que se pudesse daria o mais majestoso e florido ipê-rosa para expressar a dimensão do seu amor por ela.

 

 

Hoje, a cor rosa das flores dos ipês dá o ar da graça tornando o município mais colorido, belo e agradável.

O vermelho é sangue, vida, é guerra, conflito, luta, fogo transformador, flor que simboliza o amor. O branco é pureza, luz, limpeza, tranquilidade, calma e paz.

Se misturarmos as duas cores, qual o resultado?

Rosa, que representa a beleza, trazendo em si, a energia do vermelho e a suavidade do branco.

 

 

Rosa, nome de uma flor... que designa, igualmente, uma cor.

Será que a cor rosa recebeu o nome por causa da flor, ou a flor rosa tem o designativo devido a cor. A história vai contar que a flor surgiu primeiro, porém, não revela em qual momento recebeu o denominativo de rosa.

 

 

Eita, rosa!... Rosa de muitas denominações e nomenclaturas!

Lembro do Bar do Rosa, que ficava quase em frente da Escola João Ponce de Arruda (JOPA), na Rua Conceição do Rio Pardo. Badalado na época, ponto de encontro de homens rio-pardenses para tomar uma bebida, bater papo e jogar sinuca. Nos dias atuais muito se comenta sobre a Boate Casa Rosa, ambiente para homens solteiros e descompromissados amorosa e familiarmente.

Rosa dos Ventos, que orienta a humanidade, principalmente na navegação, indicando os pontos cardeais, recebendo esse nome por causa da semelhança a uma rosa.

E o Outubro Rosa, que tem a finalidade de chamar a atenção da sociedade sobre as informações, conscientização, prevenção e tratamento de câncer de mama nas mulheres brasileiras.

 

 

O rosa é das meninas. A cor que representa o feminino, a mulher. Foi a primeira dama dos Estados Unidos, Mamie Geneva Doud Eisenhower, a partir de 1953, esposa do presidente Dwight Eisenhower, que deu o início na divulgação da cor rosa como sendo uma cor feminina.

 

A cor rosa realçava o seu tom de pele e os seus olhos azuis. Foi tão forte essa insistência que o rosa passou a dominar a mobília da Casa Branca que chegou a ser chamado de Palácio Rosa.

 

 

O ipê-rosa com sua formosura é como se fosse as ribenses vestidas de rosa. Uma coisa óbvia e que todos nós sabemos: a flor rosa e a cor rosa, ambas, representam e denominam muito bem as nossas mulheres.

 

 

Este último parágrafo, talvez, daria um bom encerramento deste texto, porém, não poderia terminar sem mencionar o descontentamento da maioria das mulheres do nosso município diante das decisões do prefeito municipal de vetar totalmente projetos de leis elaborados por três vereadoras e aprovados pelo Legislativo que beneficiariam diretamente as mesmas.

Foto de Elso Miguel Dias Pereira (Facebook).

 

Alguém disse que o Executivo ofuscou as rosas de nossa cidade. Que elas ficaram roxas de raiva. Outro afirmou que as três rosas exuberantes, lindas do canteiro da Câmara, foram cortadas, podadas, sem hesitação, pelo jardineiro da prefeitura, insensível às flores. Três rosas que murcharão precocemente e levadas, serão, pelo vento.

 

Lá no alto o ipê-rosa, com sua florada bem passageira, uma vez por ano, mostra aos humanos o trabalho, o cuidado, o poder e a sensibilidade, demonstrada por meio da natureza, pelo criador do universo.

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