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Artigo: 'CLUBE DO GAIVOTA: ALUGA-SE! Ficam as lembranças...'

Artigo: 'CLUBE DO GAIVOTA: ALUGA-SE! Ficam as lembranças...'

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CLUBE DO GAIVOTA: ALUGA-SE

Por Paulo Rogério Bernardes em 15 de Maio de 2021

 

Na caminhada matinal de hoje me deparei com essa placa de aluga-se no Clube Social Riopardense. Por esse nome poucos conhecem, mas se eu disser CLUBE DO GAIVOTA todos irão saber. Que eu me lembre são quase 40 anos de história em Ribas. O clube do povão, o clube popular em que cabiam todas as idades, todas as classes, todas as cores e todos os sorrisos.

Casa simples, sem recursos tecnológicos, som estridente, a penumbra de semi-luz reinando e o sorriso do proprietário atrás de seu vistoso bigode. Homem que sempre trabalhou com sua família, seja no bar, na portaria, no caixa. E todos nós nos sentíamos um pouco da sua família também, não havia como não se sentir em casa.

Por mais que houvessem outros eventos no mesmo dia, "bater o ponto" no Gaivota no fim da noite era quase que obrigatório. O público predominante de gente simples, que trabalha a semana toda em serviço pesado, mas que colocava sua melhor roupa, se ajeitava e ia ali dançar o vaneirão tradicional, o chamamé e a famosa rumba treslagoense, trazida pelos seus cunhados.

Por aquele palco simples e apertado passaram muitas pessoas, ali nasceram talentos, inclusive o próprio filho do João Gaivota, que se tornou referência em produção musical.

Em 40 anos foram milhares de noitadas ali. A inscrição na parede: "Proibido dançar fumando" revelava um pouco das regras. Ficar sem camisa ou em ato desrespeitoso era intolerável. E qualquer início de desentendimento, o brigão era colocado pra fora, do portão pra fora outra estória.

Ficam as lembranças, fica a fumaça de cigarro em caracóis, os sorrisos embalados pela música e as dezenas de latas vazias espalhadas pelo salão ou sobre as mesas simples. Fica a nostalgia de tempos em que não erámos tão reféns de tecnologias fáceis.

"Boa noite gente amiga, essa foi a saideira, tchau!"

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