Investigada por superfaturar cesta básica na pandemia recebeu 1,4 milhão na Gestão Zé Cabelo
Na Gestão Tucura a empresa Tavares & Soares LTDA 'cortou' apenas R$ 258.445,48 em notas.
Investigada na Operação Penúria por superfaturar cesta básica destinada às famílias carentes durante a pandemia, a empresa Tavares & Soares, o Farturão, firmou contratos de R$ 51,837 milhões com o Estado na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB). Conforme o Portal da Transparência, entre 2015 e este ano, o grupo já recebeu R$ 49,733 milhões dos cofres estaduais.
A notícia deste sábado (22) do jornal eletrônico investigativo da capital, O Jacaré, do jornalista Edivaldo Bitencourt, chamou a atenção para o contrato milinário do Governo Tucura.
Em Ribas do Rio Pardo (MS), durante a gestão do ex-prefeito José Domingues Ramos (PSDB), o Zé Cabelo, a empresa investigada também mostrou intimidade com governo tucano no município e "nadou de braçada" ao faturar dos cofres públicos a cifra de R$ 1.470.731,12 (Um milhão, quatrocentos e setenta mil, setessentos e trinta e um reais e doze centavos), entre os anos de 2013 e 2016.
Na Gestão Tucura, entre 2017 e 2018, a empresa Tavares & Soares LTDA 'cortou' apenas R$ 258.445,48 em notas. Em 2019, outra empresa assumiu o fornecimento de produtos alimentícios.
Contratos somam R$ 51,8 milhões entre 2015 e 2020 no Governo Azambuja
O Ministério Público Estadual apura superfaturamento de R$ 2 milhões na compra de 60 mil cestas básicas pela Sedhast (Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho) do Farturão. Contratada sem licitação por R$ 5,820 milhões, a empresa cobrou R$ 5,820 milhões para entregar os alimentos durante a pandemia da covid-19.
No entanto, além da secretaria, neste ano, o Governo contratou o Farturão por meio do Fundo Especial de Saúde para fornecer cesta básicas. Este contrato totaliza R$ 5,320 milhões, segundo informações disponibilizadas no Portal da Transparência.
Só neste ano, o Governo irá pagar R$ 11,148 milhões ao grupo, sendo que R$ 9,715 milhões já foram quitados. O promotor Adriano Lobo Viana de Resende apura o superfaturamento em apenas um contrato, o firmado em regime de emergência e com recursos da covid-19, que totaliza R$ 5,820 milhões.
No entanto, a Operação Penúria, com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) e do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção), cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, autorizados pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande.
Inicialmente, conforme a denúncia do deputado estadual Capitão Contar (PSL), o Estado pagou R$ 97 em cada uma das cestas básicas. No varejo, a mesma quantidade de produto custa R$ 81. O caso chegou a irritar o governador, que acionou o parlamentar na Justiça para ele provar o superfaturamento de R$ 1 milhão.
Ao verificar a denúncia, o MPE elevou o valor superfaturado para R$ 2 milhões. A operação deflagrada ontem tem o objetivo de constatar a venda superfaturada nas cestas básicas.
A empresa tem contrato com o Governo do Estado há vários. Em média, o valor pago por ano é de R$ 8,1 milhões a R$ 8,4 milhões. No total, entre 2015 e este ano, a empresa firmou contrato de R$ 51,837 milhões com a administração estadual, sendo que R$ 49,733 milhões já foram pagos.
O Governo informou que a Controladoria-Geral do Estado vai acompanhar a apuração feita pela promotoria de Defesa do Patrimônio Público.
Nesta sexta-feira, três homens foram presos por porte ilegal de arma de fogo durante o cumprimento dos mandados. De acordo com o site do Tribunal de Justiça, Luciano Rufino da Silva e Mauro Márcio Narcizo Fialho pagaram um salário mínimo de fiança e foram colocados em liberdade.
No sistema, não há informações sobre Celso Rodrigues, que teria sido flagrado com um revólver calibre 32. (Por Edivaldo Bitencourt/ O Jacaré)